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Campos do Jordão vai ter museu de carros antigos e escola de restauração

Por Redação EmCampos - 24 de setembro de 2018

Idealizando a criação de um Museu-Escola, a Fundação Lia Maria Aguiar assume a administração do acervo de Og Pozzoli, a mais importante coleção de automóveis do Brasil

 

Com intuito de preservar a cultura e uma parte da história do automobilismo mundial, sobretudo a brasileira, a FLMA anunciou, durante o Brazil Classic Show 2018, a construção de um museu em Campos do Jordão e o desenvolvimento de um novo projeto social, voltado à capacitação de jovens na arte de restaurar veículos antigos.

 

O sonho de Og Pozzoli será realizado ao manter todos os veículos, histórias vivas do automobilismo brasileiro, juntos em uma única coleção, para deleite do público. Entre os exemplares, duas Jardineiras Fiat, de 1912 e 1914, as quais Og recusou generosa oferta feita por Gianni Agnelli, presidente da Fiat. São diversos automóveis com as mais inusitadas histórias, alguns destes, únicos no mundo. São carros que serviram a Papas, Presidentes da República de diversos países, veículos que um dos mais conceituados antigomobilistas do mundo começou a comprar em 1958, após sua chegada em São Paulo vindo de Natal (RN), pilotando um Opel 1937.

 

 

A ideia vai muito além da construção de um museu, é também a elaboração de um projeto social realizado pela Fundação, que inclui a formação de jovens na arte da restauração, preservação e manutenção de veículos antigos no Brasil, ofício que está se tornando cada vez mais raro. Para isso, serão criados núcleos de aprendizado e ensino profissionalizante em diversas áreas e segmentos de atuação relacionados à cultura do automóvel. E os alunos vão levar, além do conhecimento, renda para suas famílias e suas casas.

 

Espera-se prover mais uma alternativa para a geração de empregos, fortalecendo o turismo na cidade, tradicional estância turística, além de criar cursos específicos e dedicados à restauração de veículos antigos, área na qual existem poucos profissionais capacitados no país e que oferece boa perspectiva de atuação para as novas gerações.

 

 

 

Com o projeto, a Fundação Lia Maria Aguiar visa agregar aos núcleos já existentes, Música, Dança e Teatro, uma nova oportunidade para a descoberta e construção da própria história, pelas mãos dos jovens atendidos e assistidos pela entidade. Isso terá papel primordial na formação, crescimento pessoal e destaque profissional de cidadãos melhores para um país melhor, pois, mais do que ensinar, o propósito da FLMA é transformar vidas. Afinal, a própria Fundação foi criada com base no sonho e na vontade de ajudar uma criança, explica Lia Maria Aguiar, fundadora da instituição.

 

 Og Pozzoli

É mais do que lamentável até hoje não termos um museu de automóveis em São Paulo, a indústria automobilística nacional nasceu e se firmou nesta cidade. Todos os países que possuem indústria automobilística têm grandes museus que atraem turistas do mundo inteiro, pois, o automóvel é um capítulo especial no século 20. Infelizmente os governantes de São Paulo só veem os automóveis como fonte de arrecadação de dinheiro através de impostos e multas…”, disse Og em entrevista concedida em 2015.

 

Fluminense de Itaboraí (RJ), criado em Natal (RN) e radicado em São Paulo desde 1956, faleceu em 2017 aos 87 anos. Uma vida dedicada aos carros, Og Pozzoli foi um dos precursores do antigomobilismo no Brasil e começou a colecionar veículos antigos quando todos na época os consideravam “carros velhos”. Não ele, que os garimpava, estudava, restaurava a condição de novos e os incorporava a sua coleção. Desta forma, chegou a ter 170 automóveis antigos.

 

 

Todos os veículos são originais e muito bem cuidados, parecem saídos de suas linhas de montagem. Alguns são únicos no mundo, enquanto outros pertenceram a industriais e personalidades do século 20. Enquanto vivo, emprestou seu Packard Limousine Imperator 1940 para “O Beijo da Mulher Aranha”, filme de Hector Babenco com Sonia Braga. Há ainda o Lincoln V12 de 1938, primeiro carro especialmente fabricado para uso presidencial. Dos cinco sobraram dois, um que serviu a Franklin Delano Roosevelt, presidente dos EUA entre 1933 e 1945, atualmente no Museu da Casa Branca, e o outro que pertencia a Og, aonde a rainha Elizabeth II também deu uma volta em 1968 ao lado do marido, o príncipe Philip, em evento de inauguração da atual sede do MASP, em São Paulo.

 

Previsto para ser inaugurado em 2020, o Museu deve contar inicialmente com espaço para acolher os veículos do acervo. Em um segundo momento será implementado o projeto de capacitação técnica com os jovens interessados na arte da restauração. A ideia é que estes alunos sejam selecionados por meio de processo seletivo estabelecido pela própria Fundação.

 

É preciso seguir adiante trabalhando pela cultura, educação e inclusão social, o que faz a fundação percorrer o caminho do bem e a estrada que contribui para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e um mundo mais feliz.

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