Em nove dias, Campos do Jordão se transformou na capital do cinema de comédia com a realização do seu primeiro festival de cinema. Nesse período mais de 14 mil pessoas passaram pelas duas salas que exibiram 55 filmes divididos entre mostra competitiva, seleção de filmes infantis, homenagens a Mazzaropi e a Marilyn Monroe. O público foi participativo e elegeu Onde está a Felicidade, de Carlos Alberto Riccelli como o melhor longa-metragem do festival. A fita recebeu prêmio no valor de R$ 30 mil. Também pelo voto popular, o curta Amigos Bizarros do Ricardinho, de Augusto Canani foi reconhecido como o melhor de sua categoria e levou R$ 5 mil.

A diversidade deu o tom do festival. A atriz Luciene Adami, convidada para o júri, apontou que a seleção foi surpreendente ao demonstrar uma rica variedade de assuntos. “Naturalmente, pensamos que um festival temático restringiria os trabalhos, mas o que vimos foi o contrário: o gênero não foi limitante”, destaca. Também membro da comissão julgadora, a produtora Denise Gomes (Bossa Nova Filmes) ressaltou a importância de se ter um júri especial para avaliar os curtas. “Eles têm a função de exercitar a linguagem e é neles que a gente forma os nossos talentos”. Sobre o que viu nos dias do festival, Denise também ressalta a variedade: “achei muito interessante observar a diversidade dos trabalhos. Tivemos animações, filmes com atores e até um documentário muito interessante, feito com celulares”.

Outro convidado para o júri, o diretor gaúcho Henrique de Freitas Lima elogiou a iniciativa de focar o festival na comédia. Para ele, o gênero é muito bem aceito pelo público brasileiro e nunca havia se pensado em um evento destinado a ele. “Ter optado pela comédia foi um achado. Os brasileiros têm grande simpatia pelo gênero. Prova disso são os grandes sucessos de bilheteria que filmes de comédia têm tido nos cinemas do país”, observa. Reforçando essa ideia, a cineasta Tata Amaral – que também integrou o corpo de jurados – falou da importância da iniciativa de se criar um festival do gênero : “O Brasil sempre foi tão bom de comédia e, em especial, os curtas-metragens se prestam muito a isso”. Outro membro do júri, o cineasta Paulo Sacramento disse que o festival quebra um paradigma antigo do cinema. “Sempre teve esse preconceito de que filme de comédia não é filme para festivais e aqui estamos vendo que precisamos acabar com esse ranço”, argumenta.

Em 2013 o sucesso do evento deverá se repetir. O II Festival Internacional de Cinema de Campos do Jordão está confirmado e deve acontecer nos primeiros dias de maio, antecipando a temporada de inverno da cidade.